Resenha – “O segredo de seus olhos” (2009)

O longa argentino “O segredo de seus olhos”, do diretor Juan José Campanella, é marcante do começo ao fim. Vale a reflexão durante e após cada diálogo, citação ou atuação representada nas duas horas de filme.

A trama apresenta Benjamin Espósito (Ricardo Darín), um ex-funcionário público que se dedica a escrever um romance baseado na sua vivência durante um caso marcante, ainda quando trabalhava no Tribunal Penal de Buenos Aires. Embalado pela conexão que cria com os personagens à sua volta e o romance que cultiva pela sua chefa, Menéndez Hastings (Soledad Villamil), Espósito revive memórias e debates sobre arrependimento, a vida, e o amor.

Tudo isso nasce quando o protagonista começa a investigar o assassinato de uma jovem de 23 anos, o que desperta um contato entre o marido dela e a busca incessante pelo criminoso. Trama simples, mas que envolve pelo “contar da história” e pelo diálogo e sentimento entre os personagens.

E é através destes elementos que “O segredo de seus olhos” ganha forças para uma narrativa que pode soar estranha de início, mas te mantém preso até o último segundo, onde tudo se enlaça – dando ao telespectador aquela sensação de que ele recebeu um grande presente com um recheio de conteúdo de boa qualidade.

De início, é de se questionar a maneira como a questão do tempo é abordada, assim como as memórias. Porém, é incrível a evolução das relações de Espósito e a chefa Hastings, com o amigo de longa data Pablo Sandoval (Guillermo Francella), ou com o assassino e com a vítima do crime que marcou sua vida.

O filme, de 2009, ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro e o Prêmio Goya de Filme do Ano. O tom de “O Segredo…” vai além de qualquer premiação, das atuações, ou até da coloração amarelada dominante no longa. O destaque fica pela mensagem deixada numa frase, num frame, num olhar.

“Os olhos… falam!”

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