Mash-Ups – Criatividade no YouTube

Engatado por milhões de usuários, o YouTube reúne uma abundância incrível de conteúdo – dos mais mundanos aos mais ricos de intelecto. Há espaço para todo tipo de vídeo e alguns usuários do site fazem um uso criativo e que até pouco tempo era diferenciado: os Mash-Ups.

Um usuário “rouba” um vídeo de outro, ou simplesmente faz uma versão diferente daquele mesmo conteúdo upado no canal – geralmente, trabalhando som  com imagem, como uma mistura de DJ com edição de vídeo. O termo ficou popularizado – pelo menos, recentemente – quando a MTV, poucos anos atrás, lançou um programa de tevê focado na mixagem de vídeoclipes distintos e, então, muitos agências de publicidade viram um motivo para se trabalhar essa ferramenta, dando o controle ao internauta.

Com o lançamento do seriado americano “Glee”, o termo voltou devido às releituras, mash-ups musicais, que os atores/intérpretes faziam de músicas como “Imagine”, de John Lennon, por exemplo.

Fiz uma lista com alguns hits do YouTube, com seus devidos views, que se tornaram Mash-ups. A lista é breve, mas não é difícil achar vídeo que tenha esse mais novo “gênero”.

Os links para cada vídeo original e mash-up estão logo abaixo:

5# bad intruder

original / mash-up

4# gingers do have souls!!

original / mash-up

3# the double rainbow

original / mash-up

2# david after dentist

original / mash-up

1# charlie bit my finger – again!

original / mash-up

“Você não segue a mídia; ela te segue”

Aqui vai uma reflexão grandiosa de se fazer: você não segue a mídia; ela te segue.

follow

No despertar da chamada “Era da Comunicação”, se fazia e circulava informação de qualidade para que todos os indivíduos tivessem acesso à notícias, relato de grandes acontecimentos, etc. Porém, o esquema foi corrompido e, daí, surge a grande questão sobre o que causou isso. Eu digo que fomos nós mesmos. Sim, “o feitiço se voltou contra o feiticeiro”. Agora, não dá para colocar um limite nisso tudo pois os meios sempre vão encontrar um jeito de te levar alguma informação – seja a universidade lhe enviando SMS sobre retorno às aulas, ou alguma empresa de eletrônicos lhe oferecendo o mais novo produto da moda pelo smartphone.

Acontece que a tendência é ficar pior; encare isso. Veja, estamos agindo incoscientemente quando assistimos a um grande evento e desejamos tirar uma foto para postar no Orkut, ou talvez gravar um vídeo para colocar no YouTube. Já se tornou um reflexo vicioso, não mais uma vontade de compartilhar. O pensador frânces Guy Debord, em seu texto “A Sociedade do Espetáculo”, afirma: “a experiência em si não tem tanto valor; importa mais a prova de que ela, de fato, existiu”. Como exemplo, dois vídeos famosos no YouTube confirmam que o momento terá mais valor se for publicamente divulgado, podendo até render uma popularidade inesperada. Primeiro, temos os irmãos Harry e Charlie, que têm momentos filmados pelos pais em viagens, passando o tempo em casa ou brincando. Em um dos vídeos, Charlie – mais novo, com cerca de 3 anos de idade – morde o dedo do irmão, Harry – mais velho, cerca de 6 anos. Pelo clima descontraído e amigável que os quase dois minutos de vídeo passam, a expectativa era de que se tornasse um hit. E assim foi feito um grande sucesso da internet, assistido 117 milhões de vezes (!), o que gerou este blog (criado pelos pais dos meninos), com direito à camisas personalizadas do famoso vídeo. Outro exemplo dessa supervalorização aos momentos registrados e publicados é o vídeo do início da cerimônia de casamento de Jill Peterson e Kevin Heinz. O casal, juntos com os padrinhos e madrinhas, tiveram a idéia de fazer uma performance de entrada à igreja ao som da música “Forever”, do rapper Chris Brown. O vídeo foi assistido cerca de um milhão e oitocentas vezes por pessoas ao redor do mundo, rendendo uma paródia produzida pela produtora americana NYVideoProduction, onde atores simulam um divórcio fictício de Jill e Kevin, dançado por atores.

experiências

Contudo, só resta sabermos até quando vamos suportar este “turbilhão” de informações que chegam até nós, pedindo nossa atenção e praticamente gritando por reconhecimento. Os meios de comunicação de massa tendem a se compactar de maneira extraordinária, no momento em que pequenos dispositivos, como celulares, smartphones e palms, começam a realizar grandes ofertas como o acesso à internet, câmera 3G, conversas instantâneas, etc. A pergunta é: quem está sob controle? você ou a mídia?

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Vídeo Harrry & Charlie aqui.

Vídeo Casamento Jill & Kevin aqui.